Pois bem... em 2007 estava no Seminário, morava em um quarto com mais três jovens: Raquel, Fernanda e Tirza. Começava ali a grande descoberta, pois apesar de saber que era um pouco materialista (com a desculpa de ter conseguido os bens materiais com muito esforço e trabalho, achava que o meu demasiado cuidado com elas, me serviria de consolo e não excluiria Deus dessa empreitada). Por me importar mais com coisas do que com pessoas (na época desconhecia este fato), passava dias no meu quarto, saindo somente para ir às aulas, reuniões ou trabalhos que precisava fazer fora dele. Não gostava que sentassem na minha cama, que mexessem nas minhas coisas, de emprestar nada, muito menos compartilhar algo, às vezes alimento e olhe lá...
O tempo foi passando e eu – com esta reclusão evitava desconforto, discussões e indisposições. Havia escolhido um número pequeno de pessoas para me relacionar e vivia ali no meu mundinho até Deus me pegar na curva. O Espírito Santo, com Sua doce voz, tentou várias vezes me mostrar através de pequenos acontecimentos diários que eu estava errada, que precisava me relacionar com pessoas e não com objetos, mas eu fingia que não entendia e/ou não ouvia. Eu não tinha grandes problemas, mas também não tinha comunhão, relacionamentos diversificados, amizades, passeios e etc. Até o dia em que tive uma explosão no ápice do meu esgotamento físico, sentimental e espiritual, me desentendi com minha amiga de quarto, Tirza e discuti com uma discipuladora, que hoje graças a Deus, é minha grande amiga a Fernanda. Eu precisava de um escape e foi assim que consegui. Despejei nelas minha insegurança, medo, egoísmo e egocentrismo. Deus estava me mostrando que eu precisava me abrir, me humilhar, pedir ajuda, ceder, crescer, aprender e ser feliz com e através das pessoas que Ele colocou ao meu redor, contudo eu não percebia esse cuidado divino, pois estava muito preocupada com o “fazer” e esquecia de “ser”. Depois desse episódio tão marcante, comecei a me abrir pros relacionamentos, permitir que as pessoas me conhecessem, não tinha mais amizade exclusivista e buscava valorizar, agora... as pessoas. Não cheguei à perfeição, mas aos poucos... já conseguia emprestar objetos de grande sentimental sem sentir dor no coração (risos). Achei que havia me curado!
Quase três anos depois, uma nova explosão. Entre choros, noites sem dormir, irritabilidade e ataques a geladeira de ansiedade, através de um acontecimento cotidiano tive uma recaída, novamente o escape estava arranjado. Achamos que por estar cursando faculdade, trabalhar na CRECHE, trabalhar na CIA, estudar inglês, morar em duas casas distantes, noites de insônia e muitos afazeres eu estava com estresse. Ledo engano! Pois mesmo quando eu não estava tão cansada, percebia que não amava tanto quanto poderia, deveria ou amaria. Eu acho até que estava excessivamente cansada, mas não estressada, esse foi só o motivo que Deus usou para me atrair ao secreto, ao lugar aonde eu, poderia me dedicar a ouvi-Lo em alto e bom som (risos).
Chegava então a GRANDE DESCOBERTA – meu egoísmo novamente gritava dentro de mim. Eu desejava seguir Jesus, mas não desejava o que Ele desejava que são: os pequeninos e os marginalizados. Eu precisava querer proporcionar a eles um ambiente familiar agradável, de descanso, paz, alegria e alimento. Sem que com isso eu precisasse abrir mão do “meu espaço”. Meu objeto de idolatria e segurança, agora era a casa de Santa Luzia, um dos meus refúgios e porto-seguro.
Graças ao Espírito Santo entendo que o nosso lar precisa estar aberto à transformação das pessoas, inclusive a nossa que ali moramos. E que meu lugar de refúgio e segurança deve ser somente nEle. Agora posso me gloriar e testemunhar sobre a tribulação (risos). Mas não podemos nos esquecer que mesmo abrindo nossas portas podemos errar, senão cuidarmos desenvolvemos um falso senso de segurança a partir das nossas obras, tão bem mencionadas no livro de Tiago. Nos escondemos numa disfarçada atitude de superioridade moral, nos achando melhores do que aqueles que não fazem o que fazemos ou, não conseguiram chegar ao nível de desprendimento que chegamos.
Ao refazer este evento mentalmente e ter descoberto por que Deus me isolou durante estes dias, pude me alegrar e constatar as palavras de Tiago quando disse: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” Tg 1:1-3. Hoje não só dou graças a Deus por ter passado por esta provação, mas também pelo suporte que Ele me deu. Recebi apoio, oração, conselho, risos/choros, carinho, afago, cuidado e amor de Deus através de dois anjos, a saber, Carol e Cláudia. Duas mulheres que têm me ensinado muito, muitas vezes sem proferir uma palavra, só com um simples gesto ou olhar...
O Evangelho da graça tem me convidado a viver um relacionamento de intimidade diário com Deus, ao invés da busca por milagres, trovões e visões. Ele me chama para vivenciar experiências espirituais corriqueiras como apaixonar-me, falar a verdade em amor, cuidar de um amigo, dar uma aula, presentear sem motivo ou data específica, perdoar uns aos outros depois de ferir uns aos outros, permanecer junto nos momentos difíceis da vida, ser bondoso com o outro por que não nos alcançou e nas surpresas desagradáveis também. Em fim, estou crescendo, sofrendo, caindo e levantando. Quero mudança e é por isso que estou aqui e vou permanecer aqui, pois Aquele que me chamou, ainda não me liberou (risos)!
Tenham um bom dia e até breve...
Tenham um bom dia e até breve...
FRASE PARA MEDITAÇÃO: “O evangelho é a lei perfeita que dá liberdade às pessoas. Se alguém examina bem essa lei e não a esquece, mas a põe em prática, Deus vai abençoar tudo o que essa pessoa fizer.”
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